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A proposta enviada pelo governo ao Parlamento uruguaio, anunciada pela imprensa internacional no final de junho, voltou a ser comentada pelo presidente José Mujica, durante entrevista concedida à rádio colombiana RCN, na última quinta-feira (05). "Temos [no Uruguai] cerca de 150 mil consumidores de maconha, que de alguma maneira buscam a droga por que tem o vício... o mercado existe, não fomos nós que o inventamos. Nossa tese é que esse mercado seja controlado pelo Estado a um preço razoável, barato e com registros do que cada um consome", justificou Mujica. Outros efeitos possíveis com a legalização da cannabis, ressaltados pelo presidente uruguaio, são a diminuição da criminalidade - uma vez que uma série de infrações, como furtos, estão associadas ao narcotráfico -, e a tendência de substituição do uso de cocaína por maconha, uma droga mais branda. "Será como ocorreu com o tabaco, o álcool, com a prostituição, casos em que os homens não queriam ver o que existia e aprenderam que era melhor organizar o que realmente existe", disse Mujica, descartando de antemão a possibilidade de legalização de outras drogas. Convenção da ONU Questionado pela Agência de Notícias EFE acerca da proposta uruguaia de legalização da cannabis, o diretor da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (JIFE/ONU), Raymond Yans, afirmou que tal projeto contraria o artigo quarto da Convenção da ONU de 1961, o que pode repercutir em dificuldades para o Uruguai no comércio internacional de outras substâncias, como a morfina e a codeína, destacou Yans, preocupado também em não transparecer um tom de ameaça. "Minha intenção não é ameaçar, mas dialogar sobre a aplicação das convenções internacionais".
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